Integrante do conjunto Sexteto Gaúcho, o pelotense Lucian Krolow lançou seu primeiro álbum solo, “Balanço Diferente”. O trabalho realizado a partir do desejo do músico de mostrar sua identidade musical, estreou na última terça-feira (20). Gravado em abril de 2022 no Rio de Janeiro, com produção musical de Eduardo Neves, o lançamento é composto de música brasileira, instrumental, com forte influência do choro e do samba.

Temas autorais que passeiam pelo choro, samba, maxixe e bolero e releituras de suas maiores referências, como as orquestrações e o resgate dos ritmos ancestrais brasileiros de Moacir Santos. A influência norte-americana nas músicas e nas formações instrumentais das gravações de K-Ximbinho e toda reverência à música de Pixinguinha são encontrados no Balanço Diferente.

Conforme Krolow, o álbum tem a sua assinatura em cada detalhe. O músico diz ainda que já vinha trabalhando no lançamento desde 2019, mas que o desejo de mostrar sua interpretação da música brasileira era mais antigo. “Eu sou conhecido por fazer parte de grupos e precisava levantar a bandeira do meu trabalho”, afirma.

Na instrumentação, o flautista mostra uma de suas maiores inspirações: as orquestras brasileiras de instrumentos de sopro, como a Tabajara, as diversas formações de Moacir Santos e K-Ximbinho, a Orquestra Rumpilezz e a Banda Mantiqueira. Os instrumentos de sopro fazem parte da vida do flautista desde sua infância, quando acompanhava o pai, tubista militar, em ensaios e apresentações de diversos grupos musicais que posteriormente veio a fazer parte. Desde 2010, Lucian é músico da Força Aérea Brasileira, onde atua ativamente no cenário de bandas de música.

Para compor esse trabalho, Krolow, que toca flauta transversal, convidou os artistas Guto Wirtti no baixo acústico; Fernando Leitzke no piano; Marcus Tadeu na bateria e com as participações de Eduardo Neves no saxofone tenor; Aquiles Moraes no trompete e Flugelhorn; Everson Moraes no trombone; Whatson Cardozo no clarone e Fabrício dos Reis nas congas. Os arranjos são assinados pelo flautista, por Eduardo Neves e Fernando Leitzke. O disco foi gravado, mixado e masterizado por João Ferraz, no estúdio Lontra Music.

O músico conta que a participação dos inúmeros instrumentistas foi possível devido ao período em que eventos não estavam ocorrendo em razão da pandemia. “Um pessoal que tem uma linguagem muito profunda da música brasileira”. Mesmo lançado há pouco tempo, Krolow diz que a resposta do público já foi satisfatória. “Teve um retorno muito bacana nas redes sociais”. Além do lançamento digital, “Balanço Diferente” também tem formato físico, uma vontade pessoal do músico. “Porque eu precisava ter essa sensação palpável”. Em 2023, Lucian Krolow pretende montar uma agenda de shows passando por locais como Pelotas, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

O álbum
Com nove faixas, sendo cinco autorais e quatro de compositores de grande influência sobre sua trajetória, o álbum abre com Pediu, levou!, composição de Krolow em parceira com Elias Barboza, um choro sambado com arranjo de Eduardo Neves e naipe de sopros; Outra Coisa, música de Moacir Santos, tem arranjo de Lucian com instrumentação de clarone e Flugelhorn; Balanço Diferente, que dá nome ao disco, foi composta por Lucian com influência dos temas de Maurício Einhorn e arranjo de Eduardo Neves.

Mais sobre Krolow
Bacharel em flauta transversal pela UFPel, Krolow atua como flautista e arranjador em diversos shows e gravações ao lado dos principais nomes da música do Rio Grande do Sul. É integrante do Sexteto Gaúcho, grupo de Choro que em 2019 lançou “Bicho Solto”, álbum de estreia. Em 2018, Lucian atuou como protagonista do filme “Plauto Cruz, um sopro musical”, em homenagem ao flautista porto-alegrense. Na área da educação, desenvolve workshops e cursos sobre a linguagem do Choro em Encontros e Festivais de Música, como o “3º International Choro Festival”. em Nova Iorque, a convite da “Brazilian Music Foundation”, “8º , 9º e 10º Festival Internacional Sesc de Música Pelotas” e “6º, 7º e 8º Encontro Estadual de Flautistas do RS”. Em 2017 e 2018 foi professor da Oficina de Choro do Santander Cultural. Atualmente está radicado em Novo Hamburgo, com forte atuação no cenário musical de Porto Alegre. ​